segunda-feira, 6 de junho de 2011

Trajetória!

Como tenho tentado encontrar respostas para os "porquês", tenho refeito minha trajetória. Esse refazer, mesmo que em pensamento, traz a tona momentos bons, momentos nem tão bons, conquistas, perdas, pessoas que tive afinidade, pessoas que tive antipatia, projetos que só tive tempo de sonhar com eles etc.
Entretanto, o que traz mais angústia, é perceber que EU trazia minha vida cronometrada até os 26 anos de idade. Eu não me permitia falhas, equívocos, erros, tudo tinha que dar certo e conforme o tempo que eu mesma estipulava, nunca soube assimilar perdas e ainda não sei. Aos 13 anos  eu decidi que precisava mudar de escola, pois, estava por iniciar o ensino médio e tinha que ter condições de concorrer por uma vaga no PEIES - UFSM, meus pais fizeram o maior esforço e me matricularam em uma escola particular.
Conforme minhas metas, recém feitos 17 anos eu ingressava na universidade federal, muitas foram as dificuldades para meus pais conseguirem me manter e sabendo disso o me esforço e dedicação eram grandes. Fiz 21 anos dia 15 de dezembro de 2004, minha formatura de gabinete ocorreu 17 de janeiro de 2005, comecei a trabalhar como coordenadora pedagógica na APAE - Santiago em 18 de fevereiro de 2005.
Comecei a realizar todos os concursos públicos que surgiam, não porque não gostasse do que  fazia, muito pelo contrário, amo o trabalho institucional e tenho vínculos até hoje lá dentro, mas, precisava de estabilidade, segurança, fundo de previdência, essas coisas. Em todos os concursos me saí muito, mas, muito bem, alguns não tive a oportunidade de ser nomeada por incompetência administrativa de gestores públicos, que fazem concursos caça níqueis, já em outros fui nomeada, podendo chegar num momento profissional de escolher qual a melhor opção de trabalho. Fiz duas especializações e tinha planos de um mestrado mas, ficou só como plano, o acidente veio antes.
E, neste momento, encontra-se o ponto x, para que tudo isso, todo esse corre - corre, para que atropelar o tempo? Eu cronometrei a minha vida até os 26 anos para que eu pudesse ter estabilidade, sou funcionária pública desde os 22 anos de idade, estava com 3 empregos, casa, carro, moto e futilidades, me dava o luxo até de umas viagens...estava tudo pronto para que se acontecesse alguma coisa eu pudesse ficar afastada do serviço com "proventos" e aconteceu!
Aconteceu o pior! Um acidente que me deixou afastada por 7 meses, deveria ser por mais tempo, mas, contrariei ordens médicas e retornei ao trabalho.
Daí fico tentando achar os porquês...porquê era tão metódica, sistêmica e levava tudo tão a sério, para agora ter a estabilidade que buscava para ficar em casa me recuperando?
Bom, se for para isso, passo a aconselhar os jovens a festiarem, abusarem do dinheiro dos pais, reprovarem na faculdade, aproveitarem, sugarem, esgotarem a vida.
A vida não foi correta comigo como eu tento ser com ela!
Ana Paula

domingo, 5 de junho de 2011

Projetos!

É meus queridos, continuo correndo atrás dos cavalos de que falei anteriormente, rsrsrsr... (oportunidades), tomara que consiga encilhar cavalos de raça crioula.
Consigo, finalmente, começar a fazer planos, criar metas, fazer projetos, mesmo que estes não sejam diretamente relacionados a mim. Acredito, que seja um começo, que mais cedo ou mais tarde voltarei a realizar projetos para mim, tanto de ordem pessoal, quanto profissional. Enquanto isso, quando vejo um cavalinho continuo correndo atrás, nem que seja para encilhá-lho para amigos, pois, um dia alguém já me ajudou a colocar encilha, rsrrsrs...papo brabo né?!rsrrsrs...Mas, é verdade, sou muito grata pelas oportunidades que tive, tanto as "boas", quanto as "não tão boas", pois, representam o que sou hoje. Lembro das pessoas que me estenderam a mão e das que fecharam a porta na minha cara. Pretendo ter sempre meus braços abertos e minhas mãos indicando caminhos.
Em breve, contarei a vocês sobre qual projeto estou falando!
Ana Paula

As amizades!

Ao mesmo tempo que tenho perdas, consideráveis, para o pouco tempo neste plano, venho acumulando conquistas, indescritíveis, indiscutíveis...as amizades.
Foi um final de semana de reecontro, reecontro com algumas pessoas muito, mas, muito importantes na minha vida, amigos verdadeiros, os quais o contexto fez com que ficássemos distantes, em cidades diferentes, contudo, unidos em sentimento.
Amizades é assim, não importa quanto tempo vamos ficar sem nos vermos, ou até falarmos, mas, o dia em que a vida proporcionar e permitir que nos reencontremos vai ser a farra de sempre. Amigos se conhecem pelos olhos ou até pelo caminhar, são aqueles que temos a confiança que se precisar é só "gritar", ou melhor, quando pensarmos em gritar eles já estarão ao nosso lado.
Oh meus amigos, obrigada! Sou muito feliz por tê-los em minha vida...
Obrigada pelo final de semana!
Ana Paula

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Oportunidades...Crioulo ou Pangaré?

Cresci ouvindo minha mãe dizer: "- O cavalo só se passa encilhado uma vez e temos que montar!"
Acho que levei a sério o ditado, não lembro de ter perdido uma única oportunidade. Porém, não sei se elas vinham até mim ou eu que corria atrás delas, ou seja, não sei se um dia existiu um cavalo encilhado para eu montar ou eu montei os cavalos que ía encontrando, mal domados ou nem domados ainda,rsrsrsrrs, achando que era o tal cavalo que tanto minha mãe falava. Simplificando, já estou acreditando que criamos oportunidades, elas não caem do céu, jamais passarão na nossa frente nos chamando se não estivermos preparados, capacitados, habilitados a "agarrá-las"!
Vou ter que mudar o ditado, depois de muitos anos acreditando nele, agora discordo...há muitos, muitos cavalos (oportunidades), mas, a escolha do cavalo é nossa, de acordo com a nossa personalidade e formação é que colocaremos a encilha certa, no momento certo.
Se nos dedicarmos, talvez possamos conseguir um "cavalo crioulo" , mas, se nos acomodarmos, vamos ter que nos consolar com um "pangaré".
Ana Paula

Dor!

Ao digitarmos no Google a palavra Dor vamos encontrar muitos sites, materiais científicos ou não, para o público em geral e/ ou para profissionais. No entanto, eu, leiga, mas, ser humano que sou e legitimada a falar sobre o assunto pela vivência, classifico a Dor em dois grandes grupos: Dores Físicas e Dores da Alma.
No grande grupo das Dores Físicas, elas podem vir das mais variadas formas e combatidas pela farmacologia, porque geralmente sabe-se a origem. Quando crônicas, aprendemos a exercitar a mente para minimizarmos, deixarmos em segundo plano, darmos foco a outra coisa... ela não vai passar, mas, por um tempo podemos nos distrair e "esquecer dela" , ou pelo menos não senti-la tão intensa.
O problema está no segundo grupo, as Dores da Alma, que inevitavelmente, acabam por provocar dores físicas, essas não tem jeito, são as mais difícies de cura, pois, muitas vezes desconhecemos a causa ou a negamos, outras conhece-se a causa, mas, não se pode fazer nada para mudar as consequências, por exemplo, a perda.
Passei muita dor, passo e passarei ...morfina diária para conseguirem fazer os curativos entre outras que nem descrevo para não correr com os amigos que acessam o blog, rsrsrsrsr...mas, lhes digo, a maior e a pior dor, a insuportável e desatinante, é a Dor da Alma causada por uma perda.
Talvez a maioria de vocês não esteja entendendo essa ladainha toda, mas, precisava escrever, porque sinto uma doooooorrrrrr por uma perda, assim como alguns amigos muito próximos sentem, essa dor vem carregada de saudade, porquês e até, porque não dizer, revolta.
Não sei se essa dor tem cura ou se o negócio é se acostumar a conviver com ela!
Ana Paula

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Trânsito!

Uah!
Que coisa maluca!
Adoro dirigir, adoro estrada e a possibilidade de aproximar distâncias. Mesmo depois do acidente, continuo gostando, deve ser porque não lembro de nada, tenho lembranças a partir do 5º dia de hospitalização. É até irônico, gostar de algo que quase me levou para o andar de cima, ou para o de baixo, rsrsrrsrs...ainda no hospital, um médico, hoje grande amigo, Dr. Harrisson, perguntou qual era a coisa que eu gostaria de fazer assim que saisse do hospital, todos esperavam que eu respondesse que queria tomar banho, afinal, já faziam 21 dias que banho só no leito,srsrsrsr..., porém, para surpresa de todos, respondi: - Quero dirigir!
Contudo, levei um pouco mais de três meses, após o acidente, para dirigir e hoje pego estrada todo dia.
E esse "pegar estrada" tem me proporcionado assistir cenas assustadoras, de completa imprudência, irresponsabilidade e descaso com a vida. Sem falar, em nossas rodovias, sem acostamento ou qualquer sinalização. Uma soma perfeita, uma equação de adição, imprudência + péssimas condições de rodovia = acidente (soma ou total = morte ou invalidez).
Ontem, me escapei de mais uma...meu anjo da guarda estava sentado no meu ombro quando uma carreta, em uma daquelas curvinhas que vai para Nova Esperança, resolveu utilizar além da sua pista a pista contrária, que coincidentemente eu estava. Hoje pela manhã, na mesma estrada, encontrei um motoqueiro sendo socorrido. E agora, pela tarde, outro acidente com moto, bem próximo do acidente ocorrido pela manhã.
Que doideira, ainda estou me remendando do último acidente e me escapo por pouco de outro.
O problema é que em situações como esta fico quase que em pânico, acho que é o tal de inconsciente mastigando fatos passados. Depois, respiro fundo e tento acreditar que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar,rsrsrrsrs...Corremos cada vez mais riscos e quem mais se expõe mais chance tem de ser premiado, ou seja, quem está na chuva é para se molhar!
Ana Paula

terça-feira, 31 de maio de 2011

Um dia bom, um bom dia!

Um dia bom, um bom dia!
Um dia como outros tantos, mas, já basta. Basta pelo fato de termos dado nosso recado, mostrado para que viemos. Levantar-se, arrumar-se, alimenta-se, dirigir-se ao trabalho e trabalhar, trabalhar muito, com toda a motivação, dedicação e o conhecimento adquirido. Retornar ao convívio familiar, ir à fisioterapia, dar aquela passadinha básica no hospital para curativos, voltar para casa, trabalhar mais um pouco no curso à distância, dar um oi para o pai, para a mãe, para a mana, uma ligadinha para o marido que está de serviço e finalmente descansar.
Um dia comum, muitos chamariam até de chato porém, para mim foi um ótimo dia pelo fato de tê-lo ganho.
Conquistei-o, cumpri com todas as minhas obrigações, fui feliz e acho que, sem querer ser pretenciosa, contribui pela felicidade alheia
Por falar em ganhar, ganhamos toda a manhã a oportunidade de fazermos um Dia Bom, um BOm Dia, de fazermos diferente ou a diferença.
Porque ficamos imaginando a felicidade em tantos outros lugares se ela pode estar dentro de nós, nas atividades diárias, mesmo nas mais simples.
Redescobrirmos o sentido da vida não é tarefa fácil, mas, reencontrarmos o caminho da felicidade pode estar mais perto do que possamos imaginar!
Ana Paula

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mas, bah tchê, faz frio aqui no Sul!

Tento acreditar que o frio seja apenas uma condição climática de nosso estado.
Porém, alguns comportamentos me fazem pensar que os corações/sentimentos congelaram pelo frio que faz lá fora. A insensibilidade, falta de empatia e de compaixão pelo ser humano parece que se tornam mais visíveis no inverno. Sei lá, deve ser uma mera e tola impressão, como tantas outras que tenho tido, mas, agora que o frio chegou, que as portas fecham-se cedo, parece que também nos fechamos para a necessidade alheia. Encerrados, aquecidos, alimentados, bem agasalhados nem espiamos para fora, deve ser porque "o que os olhos não veem o coração na sente" (gostamos de ditos populares, gostamos tanto que passamos a utilizá-los). Pois bem, já que gostamos, porque não pensamos em mais um "mas, bah tchê, faz frio aqui no sul", se levarmos este a sério pode ser que possamos dar uma espiadinha em nossa janela, descongelar nossos sentimentos e fazer nosso inverno menos rigoroso!
Ana Paula

Trabalho!

Você tem que escolher o trabalho e não o trabalho escolher você!
Quase nunca isso é possível mas, deveria ser. Pois, pressupõem-se que se pudéssemos escolher qual ofício a seguir o faríamos com paixão, determinação, comprometimento, responsabilidade, dedicação, abdicação, ousadia, criatividade etc.
Teoricamente passamos 1/3 de nosso dia no trabalho, mas se contabilizarmos o trânsito, o almoço que não passamos em casa, as reuniões, passamos bem mais tempo. Daí descontamos ainda as horas de sono, indispensáveis para o bom funcionamento de nosso corpo e mente, percebemos que a vida escorrega.
Se a vida escorrega pelos segundos, minutos, dias, meses e anos, que seja fazendo algo que gostamos, que tenha significado, que nos dê prazer, satisfação e realização.
Em todo trabalho existem dificuldades, mas, que saibamos com sabedoria ultrapassá-las. Que possamos colocar na balança os pontos positivos e os negativos, e se estes vierem a pesar mais, que tenhamos a coragem de partir para outra profissão. Digo isso, não só pela felicidade individual mas, também coletiva!
Ana Paula

Segunda - feira!

O costume é ficarmos felizes com a sexta - feira, véspera de final de semana, sensação de tarefas cumpridas etc.
Entretanto, começo a pensar que segunda - feira também é um dia legal, na verdade toda a manhã é a oportunidade de renascermos, de fazermos as coisas acontecerem, de corrigirmos equívocos do dia anterior, de crescermos, de produzirmos, de sermos mais "gente".
Assim como o sol, que surge todo o dia, persistentemente para nos aquecer, devemos nos comportar perante a vida e fazer de cada amanhecer um bom dia, um ótimo dia. E, persistentemente, seja lá que dia da semana viermos a chamar, fazer o melhor que pudermos por nós mesmos e pelos que nos cercam.
Ana Paula

domingo, 29 de maio de 2011

Reconquistas!

Devagar a vida me devolve o que me roubou bruscamente.
Tem coisas que sei que jamais terei novamente, outras que ganhei e que terei que aceitá-las ou pelo menos me acostumar a conviver com elas.
É um processo nem sempre simples, nem sempre a cabeça ajuda.
Quando fui lançada para fora do automóvel, não fui lançada somente dele, fui lançada para fora da vida que eu tinha.
Desde então, começou a luta pela sobrevivência, recuperação e reconstrução. Planos foram desfeitos, sonhos foram saqueados e parte de uma juventude e do ápice de uma vida profissional foram interrompidos. Nunca mais voltei para minha casa, nem para um dos meus empregos, tive limitações físicas já superadas e outras que terão que ser aceitas, assim como, transtornos emocionais que não permitem que eu volte a sonhar. Não sei precisar quantas foram as intervenções cirúgicas, nem sei dizer quantas ainda estão pela frente. A real é que somos muito frágeis, que bastam segundos e perdemos tudo...a vida!
Não consigo admitir, ententer, compreender, o pouco valor que muitas pessoas dão a sua vida e a vida de seu semelhante. Perdem precioso tempo com mesquinharias, intrigas, fofoquinhas etc, porque não sabem o valor de um minuto a mais junto aos seus amados, porque não pararam para pensar que quando saímos de casa podemos não voltar.
Se estamos vivos é por uma razão maior...ser e fazer o outro feliz!
Em meio a dor, em meio a mudanças e a um turbilhão de "porquês" , tento reconquistar meu espaço no mundo e voltar a ser feliz.
Ana Paula  

8 DE SETEMBRO - DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO O dia 8 de setembro foi declarado dia internacional da alfabetização pela UNESCO em 26 de...