quinta-feira, 15 de setembro de 2011

República do Piratini




Na década de 1830, os estancieiros do Estado do Rio Grande do Sul viviam uma desconfortável situação econômica. Seu principal produto, o charque (carne-seca), cuja maioria da produção era destinada ao abastecimento do mercado interno brasileiro (particularmente à classe média brasileira que se formava com a exploração de metais preciosos nas Minas Gerais), sofria forte concorrência externa. A carne-seca argentina e uruguaia não era tributada na importação e, portanto, era comercializada a preços competitivos em território nacional, criando dificuldades aos produtores gaúchos. Apesar de inúmeras reivindicações, nenhuma atitude tomou o governo do império.

Por outro lado, crescia no sul do País um sentimento de descontentamento com o poder centralizador do império. É bom lembrar que o Império brasileiro havia sido proclamado em 1822, uma década antes. No Rio Grande do Sul, este movimento era liderado pelo Partido Exaltado - seus integrantes eram chamados de farroupilhas, uma forma pejorativa de dizer que eles se vestiam de farrapos, apesar dos líderes serem estancieiros, o que chamaríamos hoje de fazendeiros. Eles defendiam a instauração do sistema federalista, bem como a substituição da monarquia pelo regime republicano.

Foi então que, em 20 de setembro de 1835, os farroupilhas se rebelaram e, armados, tomaram o poder de Porto Alegre: foi o estopim da guerra. O governo bem que tentou reverter a situação, mas era tarde demais. Em 1836, os farroupilhas proclamaram a República do Piratini. Bento Gonçalvez, líder dos revoltasos, foi conclamado como primeiro presidente.

Processo muito semelhante ocorreria três anos mais tarde, em 1839, no Estado de Santa Catarina. Liderados por Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, os rebeldes proclamaram a República Juliana. Garibaldi, um aventureiro italiano que dizia lutar contra as injustiças, veio ao Brasil especialmente para ajudar os farrapos. Em Santa Catarina, acabou casando com Anita Garibaldi, uma catarinense que aderiu ao movimento de insatisfação contra o império. Com a proclamação da República Juliana, o movimento estava no ápice. Em 1838 e 1839, o governo das "novas repúblicas" tomou as seguintes medidas:
  • Libertação dos escravos, que haviam participado da revolução
  • Redução dos impostos sobre exportação
  • Restabelecimento do imposto sobre importação de gado
  • Criação de uma fábrica de arreios e uma outra de curtição de couros
  • Promoção do recenseamento da população
  • Instituição da Assembléia Constituinte e do sufrágio universal

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